Por Emanuel Pereira
Sou de origem pobre – minha família tinha uma modesta oficina de confecção e conserto de sapatos.
Menino Sonhador – vivia azucrinando dona Ana com pedidos de brinquedos da época. Sem poder comprar, apenas olhava, derramado em desejos.
Um dia fui além – falei que queria uma bicicleta e a Santa Mãezinha me aquietou dizendo em tom de brincadeira:
“Vou mandar o seu Arquimedes fazer uma de madeira“.
O acalanto deixou um sonho aceso.
“Vou crescer, trabalhar e comprar uma bicicleta“.
O tempo passou e realizei meu desejo: Comprei uma Monark zero quilômetro e dei volta pelos caminhos do Arco-Iris.
Hoje, na casa dos 70, me deparo com a foto de uma bicicleta de madeira, obra de um iluminado artesão.
Voltando ao ontem, dona Ana estava certa quando me prometeu uma bicicleta de pau.
- Ilustração de um artesão e sua bicicleta de madeira – Reprodução/Google
