Por Maurício Botelho
O que ocorre em Salinópolis, assim como em muitos destinos litorâneos populares, não pode ser considerado turismo no sentido técnico e sustentável da palavra. O turismo, quando bem planejado, envolve a estruturação de serviços, controle da capacidade de carga, conscientização ambiental e benefícios para a comunidade local. Em Salinópolis, o que se observa é uma visitação desordenada, caracterizada por:
1. Falta de Planejamento – Não há um controle eficiente do fluxo de visitantes, resultando em superlotação, especialmente em feriados prolongados.
2. Pressão Ambiental – A visitação intensa leva à degradação das praias, dunas e manguezais, sem medidas adequadas de conservação.
3. Infraestrutura Precária – O crescimento da demanda não é acompanhado por investimentos em saneamento, coleta de lixo e controle do tráfego, gerando impactos negativos.
4. Benefícios Limitados à População Local – O modelo atual favorece apenas alguns setores, como proprietários de imóveis de aluguel e grandes comércios sazonais, enquanto a população local enfrenta aumento do custo de vida e sobrecarga nos serviços públicos.
5. Falta de Conscientização dos Visitantes – A ausência de educação ambiental e fiscalização leva a práticas como o trânsito de veículos sobre as praias, descarte inadequado de resíduos e exploração predatória dos recursos naturais.
O verdadeiro turismo deveria ser sustentável, gerando benefícios sociais, ambientais e econômicos para a cidade. Sem planejamento, o que acontece em Salinópolis é uma exploração predatória do destino, com efeitos que podem comprometer sua atratividade a longo prazo.