Por Emanuel Pereira
Barriga Cheia
Sou caboclo nascido à beira do rio corrente – vendi pão na feira – brinquei na maré cheia; pesquei pacamão e siri – vivi a festança do sauatá no mangue. Por influência de amigos aprendi a despescar curral e cercar Igarapé.
Conheço um pouco das artimanhas da vida marinha.

Me deliciei com os frutos do mar. Por razões de saúde, há 13 anos abri um hiato com esse cardápio.
Menino da beira do rio – brinquei nas regatas festivas e tantas vezes atravessei a nado o rio que banha a cidade.
Bons tempos de um tempo que o tempo escreveu.
Da fartura de pescados no mercado municipal.
Carne de tartaruga, de porco e de caça silvestre.
A galinha caipira bamburrava nos quintais.
Hoje, o aumento populacional escasseia a fartura de outrora, sem, no entanto, comprometer o abastecimento da cidade que assistiu os feitos e efeitos de uma maré cheia.



- O autor é professor, escritor, cronista e historiador