
Itamar Monteiro
Maracanã – 372 Anos de Luta e Esperança
Maracanã, terra de sol e mar,
Teus 372 anos vêm nos lembrar
Que a tua força não está no poder,
Mas no povo que insiste em vencer.
Gente de luta, de enxada na mão,
Que acorda cedo com o pé no chão,
Faz da esperança o seu pão diário,
Mesmo diante de qualquer cenário.
Tens praias lindas e céu de aquarela,
Mas a dor se esconde por trás da janela.
Enquanto o povo sua por um tostão,
Outros se lambuzam com a corrupção.
Mas Maracanã é mais que tradição,
É voz que ecoa em cada canção,
É fé que resiste, é povo que clama,
É chama acesa que nunca se apaga.
Ricardo Costa
O que dizer de ti, Maracanã, senão que és um encantamento antigo que o tempo não apaga? Cidade de braços abertos, onde o povo acolhe com sorriso largo e coração quente, como o sol que toca teus igarapés.
És terra de carataí ovado, tainha fresca, mexilhão castanho que o mar oferece com generosidade. Pratiqueira nem se fala, é sabor de memória e quintal de infância. Arraia novinha, cação temperado no saber das marés.
Banhada pelo Atlântico, teus manguezais desenham caminhos onde a garça pousa em silêncio e o guará risca de vermelho o fim de tarde. No vaivém da maré, o caranguejo saratú que sobe nas raízes e resiste, como teu povo.
Falar de ti, minha cidade, é repetir palavras que muitos já disseram, mas ainda assim, entre uma repetição e outra, nasce sempre algo novo, porque Maracanã não se esgota, se renova. Eis então, em forma de poesia, mais uma tentativa de te dizer, como nunca antes foi dito.
Maracanã, menina serena
Maracanã, menina dos rios,
És doce encanto, és flor no caminho,
És mãe e abrigo, és chão de fé,
Menina serena, de olhar profundo,
És rio e maré, és chão sagrado,
És vida e beleza, és encanto e sina,
Maracanã, menina, serena e divina,
És verde esperança, flor e raiz,
És chão que acolhe e abraça o caboclo,
És riso singelo, és céu de bonança,
És sonho nas águas, és canto no mar.
És menina, és serena, és paz.
És preamar, és enseada.
Maracanã querida,
Eternamente abençoada.
Imagem de Capa – Sandro Barbosa